POESIA & INSIGHTS
"A poesia não é minha. É como o vento, que só passa através de mim." Chico Xavier

segunda-feira, 19 de julho de 2010

DIA 14 - Fiquei rodando igual gato

Pratiquei.
Dei risadas com minha mitra. A gente aplaude juntas, a gente ri, reclama, chora e depois ri de novo.

Faxinei tooooooodo meu apartamento.
Malas quase fechadas. Quase porque não estou conseguindo fechá-las.

Shiva está soninho. E eu também.

Dias melhores virão. Conto com você Dona Pia.

domingo, 18 de julho de 2010

DIA 13 - Pergunto ou faz parte não perguntar?



Pergunto.
Deixo no silêncio o ponto de interrogação:

O silêncio

Dele vem TUDO
o desprendimento, o desapego, a entrega, a certeza?


Ou vem o NADA,
a fuga, a desistência, o fim?

sábado, 17 de julho de 2010

DIA 12 - Dormir de bruços é ruim demais


Há tempos não dormia tanto.
Fui acordada às 11h30 da manhã. Espreguicei grande, abri os braços.
Me olhando no espelho percebi os olhos inchados.
"Olhos de saúde", diria vovó.

As costas ardem como se eu tivesse sido arranhada diversas vezes.
Checando no espelho me assusto quando percebo que da noite pro dia eu criei asas!

(sorriso se abriu enormemente no espelho como há meses não fazia!)

Agora posso pular dos telhados e sobrevoar minha mente ansiosa?
Agora posso sair do carro no meio do trânsito e competir espaço no ar com as gaivotas?
Posso sair daqui e ir aí espiar teu paradeiro?

Posso mergulhar na água, surfar a onda sem precisar me molhar?
Posso voar na frente do sol quando ele nasce e, quieta na areia, baixar minhas asas e observá-lo se pondo?

Vou treinar.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

DIA 11 - Lágrimas de chuva


Não é chuva não mundo: é papai do céu que está chorando.
Anda meio triste com a gente, não sabemos brincar.
Arrancamos todas as flores e quebramos todos os galhos.
Cuspimos a comida farta, brigamos uns com os outros e na hora do amor, a moda é mentir e fazer teatrinho.
Por isso que não é chuva. É choro.
...

Dia blã.
Acordei e fui praticar na academia do Professor Hermógenes.
Amo centro da cidade, o chamado "Saara". Em 30 metros quadrados achei meias de lã, carregador para ipod, cartão para câmera fotográfica e minha mochila tão sonhada.

Depois disso com algumas borboletas invadindo meu estômago, fui para o King 77.
Minha tat está pronta, depois de mãos geladas, suor escorrendo, uns ais e ui ui uis.

Finalmente ganhei minhas asas.
Meu irmão diz que mami e papi não vão gostar.

Mamis e papais não gostam de quase nada que gostamos.
E vice versa.
E tudo bem.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

DIA 10 - Insight anestesiado



Resumo a vida num ato de respiração:


Na inspiração tudo se cria.
Na retenção o silêncio.
Na exalação, tudo tem seu fim.

O que existe entre um e outro movimento se chama ignorância.

Suor
Shiva
Silêncio.

Ou o ato de fazer amor.

...

Tive esse insight enquanto visitava as o dentista. No telão a frente, assisti 1 Giant Leap, meu filme preferido. Entre uma cochilada e outra, levei o foco para minha respiração, para esquecer a dor.

Não senti dor.
Dor_mi entre um fá um sol e um si.

A trilha do filme é sensacional.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

DIA 9 - Expirando



"Watch out for the wolves, they are marching to the mountain again.
May be one or two.
Maybe three of them.

Watch out."

Say my guides.

"The endurance is to stay quite. No move, no dancing, no singing around the fire.
Just stay silent.

No sheets, no promisses, no openning doors.
Just observe.

The good one will be doing the same."

- "I feel ready," I reply.

terça-feira, 13 de julho de 2010

DIA 8 - Biking with the queen



Getting ready to my soultrip.
Na hora de arrumar a mala, queria menos peso.
Queria uma poção mágica que minha mala desaparecesse aqui e surgisse lá na minha cama da Borboleta na Montanha.

Será que rola?

Será que rola de dar um mergulho dentro desse corpo denso, desse amontoado de sensações e vontade sem se apegar a nenhum deles?

Será que rola de não levar maquiagem, nem salto alto? Será que rola de acordar cedo, dormir cedo, rir bastante?

Não vejo a hora...

...

De magrela flui daqui até o LeblOM.
Onde a volta é mais bacana: venho cheirando o vento que vem secando minha boca feito beijo de adolescente chapado. Lembra?

Depois aula de Shakti, doce Shakti me girando toda, mostrando que ainda giro, que posso mais, que mais um pouquinho, que nó que foi dando na minha cintura e TIC. Abriu.

Sinto que fica num quase pra rolar umas trinta cãibras, mas não rola. Dá choquinho, como ela diz, mas não machuca. Nem um pouco.

Salva.

Merci Shakti. Merci.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

DIA 7 - A dor que sinto ao abrir o peito



Bem interessante pegar a magrela depois do banho anti ferrugem, que teimo em chamar de "anti gripal" feito aquelas vitaminas que tomamos aqui no Rio, que tem gengibre mel limão e mais umas paradas que ardem até a alma. Mas isso é feito na bicicleta, que fica inteira e pronta para umas pedaladas na ciclovia.

Fui direto pro Humaitá pela Lagoa, curtir uma aula de 2 horas de Iyengar regida pelo Heiko. E lá vai ele insistir no Gomukhasana e vem ele chegando perto e ai, vai torce, empurra, vem dor, uma escapula que encontra minha costela anterior e, nossa, fico sem ar. Mas quando desfaço a postura, hmm, que sentimento é esse?

Leve, aberta, mas dá vontade de chorar. Mas não estou triste???

Sol está forte, pedalada boa, deu fome. E lembrei das diversas vezes que optei em ir dar um mergulho e comer aquele salgado do New Natural, de cebolas com catupiry na massa integral. Preferi pegar o corte e ir cozinhar. Tudo no forno, tudo pelo sadhana.

Deu vontade de dançar, de fluir.

...

Tem vento forte que bate nas costas e abre a força minha alma fechada.
Tem barulhinho de frio, chuvinha de leve. Tem cheiro de nuvem.
Tem ar no peito, suspiro sem motivo, tem louça pra lavar.

Depois do banho de yoga
do banho de chuva
do banho de chuveiro
quero um banho de sonhos bons.

...

Já escolhi minha nova tatoo.

domingo, 11 de julho de 2010

DIA 6 - Yogis ou Hippies?


May yoga mirror our real faces
after healing our blind eyes.



sábado, 10 de julho de 2010

DIA 5 - Shiva mia, sabia?

Ela se chama Shiva. Simples, porque é toda tigradinha.
Fui buscar ela na praça Arco verde, na quinta.

Viemos eu e Shiva no ônibus, Shiva fazendo jus ao nome, esperneando e uivando dentro da caixinha.

Em casa eu olhei pra ela, no fundo daqueles olhinhos verdes, e disse: "a gente vai ter que se acertar, mas quem faz as regras dessa casa sou euzinha, pois cheguei primeiro."

...

Hoje faz 3 dias que Shiva chegou por aqui, bagunçando tudo literalmente. E me mostrando com miados altos até as 4 da manhã, quem é que manda aqui...

Dharminha está xonada xonada pelo bichano, mas foge dela, que quer morder seus pés.

...

Eu acordei de leve, tranquilinha, sem pressa. Fui correr na areia.
Corri bem: daqui da ponta de Copa até o Leme.

Sol batendo forte no rosto.
Inverno quente.
Meu sono foi um desvio entre sono, sonho e invenções.
Minha corrida entre superação, sonho e invenções.

Tudo tranquilo, tudo querendo pular para minhas férias na ilha.
Porque será?
...

Agora pretendo olhar um filme, reinventar uma realidade na caixa da TV.
Queria te ver. Queria. Não quero mais.
Quero, mas algo dentro de mim diz que não devo.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

DIA 4 - Reflexo dos Vedas


Particularmente
estou no balanço

empurrada pelo vento da vida.

Sinceramente
sol não mente
mas água é consciência

tua paciência.

Tua boca se tornará meu livro,
os seus braços, proteção,
suas coxas se transformarão em direcionamento
e dos teus pés há de nascer minha maturidade.

texto encostado no rig veda
berço do teu nome

onde sonha, acordado,
teu reflexo em mim.



foto: Napples, 2009.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

DIA 3 - Dharminha quer um gato

Tem formigas na tela do meu notebook.
Isso é o quê hein? Mel? Açúcar? Um aviso?

Deu vontade de sair fazendo poesia.
Poesia pra vizinha

Que deixou o pote aberto
não deu certo

pois bicho homem num veio
veio entregador
veio sem uva
veio saúva

pronta pra dançar na frente do espelho
do meu computador.

...

Fomos atrás do gato. Pessoal da doação não estava na saída do Cantagalo nem no Arco Verde.
Jolie foi pra creche sem saber do gato.

Aula no Leblon. Vou de Magrela pra ficar magrela.
Depois conto como foi minha daytrip. Tem um sol amarelaço, um céu totalmente Krishna lá fora. Cansei desse teto branco aqui.

Hare Om!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

DIA 2 - Amor ou apego?














Recebi email da minha terapeuta me chamando pro "cumbate". "Te esperei ontem", dizia ela. "Ontem", pensei, " estava na praia lendo Gheranda Samhita entre um cochilo e outro."

E como Ammy "i say no, no, no."

Preferi ir na polícia, dar queixa das coisas que faltaram no meu carro. E lá vem reflexão: deixo o coitado levar as roupas pra família dele e arco com o prejuízo ou vou na polícia e levo a ocorrência para a garagem que alugo, para que alguém pague por isso?

O que interessa no final? (suspirei)

Não quero que ele(a) perca o emprego, mas, caramba e aí meus ombros não aguentam...

Eu ou ele?

Antes ainda do meio dia, antes de ir pra Bem Viver dar as aulas de restaurativa para os funcionários, iniciei o blog do True Love, para ficar pronto antes dos workshops em São Paulo. Mais uma vez percebi o quanto sou abençoada, como as coisas fluem e são criadas com facilidade por mim. Apenas não vejo dificuldade no empreendedorismo, o que assusta muita gente.

O que me assusta é ver namorados brigando e continuarem juntos.
Ou pessoas que não sentem mais amor por outras pessoas, e acreditam que bramacharya é seguir num caminho a dois onde acabou o amor.

Ficou o quê então? Companheirismo?
Isso é hard core pra mim.

Pois pra mim companheirismo é amizade. Amor, amorzinho, tem que ter uma massala ao menos...

Hora de dar minha aula personal ao casal mais "massala" do Rio de janeiro, os dois velhinhos, os dois unidos, onde preferem fazer posturas que possam ficar de mãos dadas, olhando um no olho do outro.

Cuidando-se com amor. E não com apego.

Hare Om!

DIA 1 - o ouro que existe em parar pra se enxergar


Amma me cutuca devagarinho toda vez que passo batida em frente ao altar: "Meditação é Ouro."

Hoje, inquieta com email que não chega, com resposta que não veio, com vontade que ficou no ar e listas e mais listas que nunca ganharam o "checked" da minha caneta, resolvi suspirar e parar mais uma vez.

Meu segundo jejum de 40 dias desse ano.

Parar e recomeçar do exato momento que me perdi mais uma vez.
E se não aprendi, será dessa vez.
E também se não for dessa vez, será da próxima, mas eu ei de aprender.

"Alice acorda!", ou chega de realidade e vai sonhar um pouquinho...
pouca coisa, coisa doida, mas tenho que tentar. Assentar. Silenciar.

O que meu treino de Iyengar ontem me corrigiu, minha aula de ashtanga de hoje me entortou. Já deu pra sacar no grito do meu corpo o que serve para mim.

Tenho que aprender que meu corpo está machucado, que quer tempo, quer restaurativa...
Tenho que voltar a dormir mais cedo, marcar de sair com os amigos, fazer visitas.
Quero voltar a ter sonhos bons, ou melhor, não ter sonhos enquanto durmo, pra não acordar cansada...

Mas ter sonhos de dia. Dizem que são sonhos mais reais. Palavra de Edgar Allan Poe...

Ontem comprei um livro de Rumi que diz que não sou mais amarga, vivo imersa em açúcar (talvez eu exagerei nas últimas semanas)
E questiona o porque do meu temor ao inverno, quando tenho a primavera?

Fui visitar o Dada, que quer fazer um grupo pra Índia e tudo o que pergunto é se posso ficar na Amma. Ele ri e diz "sim sim sim" com aquele sotaque indiano. E volto pra casa com uma sacolinha cheia de pastas para pés, dentes, pele. Amo ayurveda.

(suspirei.)

Tem pasta para fazer uma piscina no meu coração e ficar lá por horas? Eu percebo agora um pedaço de mim tentando aparecer no campo aberto, espiar lá da floresta como um bambi arisco, e ter certeza que nenhum cupido doido quer acertar um flecha em mim, flecha que já tem outra dona.

Chega de viagens cupido. Vê se assenta você também.

(suspirei.)

"Relaxa ombro, relaxa". Deixa de querer carregar tanta maya... uma mochilinha com comida e Jolie dá por enquanto e irá poupar minha coluna.

Se entrega ombro no "porque não" e aceita o que vem.

"E se não vem?". Então vamos fazer compras no hortifruti, porque simplesmente não tem.

Entresafra. Falta no mercado. Procura maior que a oferta. Não nasceu ainda.

Não amadureceu.

"Hmmm."

E assim sigo espiando o espelho da minha alma pra saber direitinho o que ela quer,
o que ela tem pensado,
o que ela tanto teme.

Que minha sombra siga me enfrentando, porque estou bem de frente pra ela.
O jejum é pra ela e o crescimento virá através dela também.

Hare Om.


Toca Samba Sadhashiva com Donna de Lory. A foto é de meu amigo Mau Carniel, que sabe que amo fotografar o Sol.