E me mantive assim, escalando um enorme muro, com o ar pesado e úmido, sem perceber que ali do lado haviam túneis com linhas verdes, vermelhas e azuis. Mal sabia eu que a da bem aventurança era a verde que me fez juramentos sem assinar contrato algum. E lá pela estação cuatro mil e vinte e cinco, pude ouvir de longe sinos que tentavam me acordar sem que tivesse batendo vento algum - os vayus de um amor desapegado eram suficientes. Mas assim estava eu cega de medos, sem imaginar um outro caminho, continuava a tentaviva de escalar o muro mais alto. Uma caroneira cega, que preferiu por alguns instantes não mais enxergar a luta pois ela estava ficando exaustiva demais.
Ontem acho que parei. Hoje acho que parei mesmo. Talvez amanhã tenha certeza de que me dissecando mentalmente assim, de fora, de longe, de outro país, seja mais interessante me rotular como aquela que não passou no teste. Sem problemas, no próximo e peço cola ao vizinho.E tomo a linha verde.
(foto: Buenos Aires, em 2007)