sábado, 16 de janeiro de 2010
Poema de cara
Poema sem muita graça, sem rima, sem pirraça.
Poema pra tu pegar pra tu, pôr no bolso e dizer que tem um.
Um poeminha que não fala de desgraça.
Esvaziei as latas. Na verdade nem comprei nenhuma lata.
O dinheiro que tinha não coube num único bit da calculadora.
Essa danada que calcula tudo, até "dora", o feminino de dor.
Esvazio, então, a xícara de chá.
Escuto uma violinha ao fundo,
tão envergonhadinha que não sei dizer de quem é.
Perco o controle da direção mas não bati na curva.
Caí numa rua mal iluminada porque disseram que ali tem sentimento bom.
E sentimento bom gosta de uma tela de cinema.
Pouca luz. Caixa preta.
Sonho estar perto da tua orelha, toda perfeita,
em forma de ponto de interrogação.
Sonho de olhos abertos, um sonho bom.
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