segunda-feira, 14 de junho de 2010
Uma declaração aos SEM namorados
Um dia um amigo fez o seguinte comentário: "Imagino qual seria o motivo de uma mulher como você estar sozinha".
:,/
Minha primeira reação foi formular meia dúzia de sinceras respostas destacando meu lado "yogini" e mãe como prioridade nesse momento. "Quero ficar bem sozinha, quero aprender a gostar de mim e aí estar pronta para compartilhar e somar com o outro."
Passado algum tempo, tenho outras respostas para o comentário.
Hoje, enquanto pedalava desesperadamente de um lado a outro de Copacabana, procurando um salão que ainda fizesse uma escova no meu cabelo, lembrei de todos os salões do Rio deveriam estar pipocando de pessoas a procura da escovista perfeita pois hoje é sexta feira.
Mas como se não bastasse, é véspera do Dia dos Namorados.
Me permita ser eu mesma aqui. Se alguém se identificar, vamos lá. Se não, vamos conversar mais sobre isso.
Começamos assim, com uma simples pergunta: Porque todo mundo tem que estar sempre com alguém, SENÃO TEM ALGO DE ERRADO COM AQUELA PESSOA? Sinceramente, isso não é um grito, mas uma pergunta em caixa alta.
Eu fiz escova hoje porque eu queria estar bonita para sair com um grande amigo e dançar até doer o pé. Fiz o pé e a mão porque adoro combinar com minhas roupas. E hoje, e ontem e depois de amanha, será o dia dos SEM namorados. Temos 364 dias por ano!!!!!!
Pela primeira vez em 15 anos tenho o dia 12 de junho só para mim... posso namorar com Jesus, com Khrishna, com poesias de Quintana, de Neruda. Posso tomar vinho e rir e me dar o presente que eu gostaria de ganhar. Sem medo dos presentes trocados dessa noite que virá:
Presente que não coube,
presente que vai ganhar sorriso amarelo em troca,
namorado que só dá atenção pra namorada no dia dos namorados (ou que só se comporta como um nesse dia...)
Motéis lotados,
flores compradas,
jantares caros,
simples,
na sala,
que terminam na cozinha.
Alguns inícios. Outros, finais de namoro...
Troca de namorados, mensagens trocadas, ida sem vontade, volta sem vontade.
Cinema com celular desligado.
Abraço gostoso, abraço fingido, abraço partido, abraço traído. Tem de tudo no dia 12. Tudo de bom, tudo de om, tudo de sem graça também.
Porque é mais um dia para comprar,
para se fantasiar,
para tentar agradar aquele (a) que nunca está satisfeito.
Ou para selar algo que seja eterno enquanto dure.
E sigo completamente tranquila e sozinha: sozinha porque não estou acompanhada.
Essa é a melhor resposta, a menos dual, a mais verdadeira, sem fantasias, sem ego, sem nenhuma vergonha porque não há motivo para termos vergonha. É como ir ao supermercado: ou você foi sozinho, ou foi acompanhado. E pronto.
Sigo tranquila como a chuvinha que cai lá fora.
Com coração sorrindo,
com sorriso batendo na cara a cada 10 segundos,
com presentes satwicos chegando na porta da minha alma a todo instante.
Essa é minha declaração a você que não pára de assistir o trailer em que a atriz Reneé canta "All by myself". Pára com isso, há muita vida lá fora, mas muita vida ainda a ser explorada aí dentro de você também.
Larga o chocolate, nada de piedade. Piedade de quem?
Lembre-se: com namorado ou sem a frase "eles viveram felizes para sempre" sempre teve um significado bem mais profundo:
Eles viveram felizes para sempre, porque já eram felizes quando se conheceram.
Cheers!
foto: Arte na vitrine de uma Galeria em Atlanta/USA.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário