domingo, 22 de março de 2009
Pode vir
Quero saber por onde você anda, onde anda voando, em que pensa, com qual frequência.
Sou assim mesmo, apaixonada, profunda, confusa e gostosa. Sei que preferes assim, de verdade, em carne viva, com suor, com choro, com gozo.
Por todos os cantos te cato, dentro da minha cabeça somos nós dois grudados.
Fora do meu corpo procuro os teus contornos, tuas cores, teu olho, teu sorriso.
Dentro de ti escondo meus segredos que aos poucos vão me sendo revelados.
Volta pra casa, volta pra casa, vem de volta. Volta.
Desapegue das tuas regras, das tuas leis. Deixa tuas mãos descobrindo cada letra minha, cada rima, cada nota não tocada.
Não sabia disso, não pronunciaria isso, porque amor sempre foi pra mim atraso ou ansiedade. Foi até deixar de ser.
Não sei quando nem porquê, não sei.
E fico entre abrir os olhos ou mantê-los fechados. Mantendo meus olhos fechados, imagino, me iludo, crio, construo você. Seu sorriso grande, ampliando cada detalhe daquele pouco que te conheço. Seus olhos...
Abrindo os meus, vejo o sol lá fora, refletido, de leve, tímido, crescendo, na tua lua de Shiva. E sua imagem criada vai sendo desconstruída, no lugar ficando a realidade da distância, do tempo, do espaço.
Mas cada vez mais pura, presença.
(foto: Venezuela, em 2007)
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