sábado, 9 de maio de 2009
Preciso de um abraço
Meu pescoço está reclamando: muito tempo sentada lendo.
Meus olhos também fazem parte da campanha para que eu vá pra cama.
Mas queria estar presente e não deixar isso passar pro passado. E eu esquecer o que senti, no futuro. Essa foto fica no espelho do Ashram Yoga Society of San Francisco. Você acorda, vai até o banheiro, e acorda mais uma vez.
Hum. Interesting.
O pé na areia me deixa assim. Se eu pudesse, ficava sentada ali viajando, o dia todo. Perguntando, esperando a onda trazer a resposta. Perguntando, ouvindo o barulhinho do vento. Perguntando, mergulhando e dando aquele grito bom lá debaixo dágua.
Quando eu surfava (quando foi mesmo que eu parei?) eu era bem mais tranquilinha. O mar se encarregou sempre de me limpar, de me abraçar, tipo "vem cá, deixa eu te cuidar, deixa eu tirar de você aquilo que ficou grudado durante o dia, deixa eu tocar tua pele, te nutrir". Lá dentro, duas crianças. Eu e a água. Muito "jacaré", muita água saindo do nariz naquela ondinha que deu errado, muitos uhus quando dava pra sair dela lá no finalzinho. "alguém viu? Mano, tu viu?".
Meu irmão, que saudade dele.
(fui pro passado)
Agora (presente) o túnel (que não pára de falar) segue acordado. Minhas costas me avisam que exagerei no Adho Mukha. Li muita coisa legal essa noite. Li muita poesia, vi coração fechado se abrindo. Fiquei feliz. Gosto de ler o que me emociona, o que me faz perceber o quanto humana ainda sou, que ainda não virou maluquice esse local que me encontro, pensativa, o dia todo.
Conheci um pouco mais da alma dos poetas, linda, infinita como o universo, de pensamentos alucinantes, surreais, não imaginados. (Fui ao passado novamente e me permiti pedir desculpas baixinho, porque sei que você pode me escutar). Não conhecia, não sabia o quanto eu estava percebendo ilusão de minha mente cheia de traumas, achando que era realidade. Quanta névoa, coisas sem sentido! Admito... suspiro...
Suspiro (no presente). Tenho vontade de gritar porque as dúvidas são tantas! Maaaar! Vou voltar! Tô precisando de carinho, de abraço, de parceria! Eu e você fomos sempre Um! Te deixei, eu sei, mas vou voltar pra casa. Não agora porque é meia noite, mas... amanhã sim! (já estou no futuro novamente). Só você pode me tirar dessa nóia, desse sorriso as vezes forçado que visto pra sair lá fora. É saudade de você!
Hoje te espiei - lá no Leblon, depois da minha aulinha. Fui até o calçadão, você estava lindo! Azul! Brincando muito! Mas era difícil eu concentrar em você: muitas pessoas cegas e surdas entre você e a areia. Quase não consegui ver tua cor... enfim, volto amanhã.
Passado, presente, futuro se fundem agora, onde decido por um fim a essa guerra que travo comigo mesma todos os dias, e que quando não dá mais, travo com aqueles que amo a minha volta. Chega, cansei, acabou munição, bandeirinha branca na janela.
Quero correr pro abraço as 6 da manhã!
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