quinta-feira, 7 de maio de 2009
A tristeza de Arjuna
"A tristeza de Arjuna, como tristeza, não perdurou. Tornou-se alguma coisa deveras diferente. Primeiramente, ele sucumbiu e, em seguida, indo além da guerra, dos reinos, do Dharma e Adharma, ele quis saber o sentido de tudo isso.
Arjuna era uma pessoa especial, que vivia uma vida de integridade moral. Não precisava por-se à prova para ninguém. Sua tristeza era a tristeza de uma pessoa amadurecida que se sentia sem qualquer controle sobre as situações de sua vida.
Arjuna queria evitar a luta em razão da destruição envolvida, mas não podia - uma situação, na verdade, muito sombria. Sua tristeza levou-o à apreciação de certo problema humano fundamental. Por essa razão, ele solicitou o conhecimento que resolveria este problema. A tristeza de Arjuna não se assemelhava, por exemplo, à dor de depressão. A depressão nasce da raiva, da raiva da infância...
Depressão não era o problema de Arjuna. O problema de Arjuna é aquele no qual as realidades têm de ser devidamente entendidas. O problema tem de ser tratado de duas formas: primeiro, ao nível de onde ocorre, e também tem de ser conduzido de um modo cognitivo. O problema de Arjuna é sobretudo um problema ético, moral e espiritual. Naturalmente, todos os problemas têm algum conteúdo emocional.
Aqui, embora o problema seja também emocional, a moralidade é predominante, não a emoção. De fato, a diferença entre as duas espécies de problemas depende do que predomina - a emoção ou a moralidade, estando ambos os fatores ligados ao ser. Arjuna tinha que reavaliar, por completo, seu pensamento. Cognitivamente, ele tinha de mudar tanto a visão de si-mesmo e do mundo, como as suas noções acerca da morte e da destruição. Tudo tinha que ser reexaminado."
Swami Dayananda Saraswati
http://www.vidyamandir.org.br
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