sexta-feira, 17 de julho de 2009
Estamos todos perdidos
Aham sadhaka (Sou o buscador).
Nos perdemos (caos) para que possamos, a cada instante, ser recriados.
É essa mágica que nos mantém caminhando, buscando, desejando, conquistando e se perdendo outra vez.
Mas o interessante da palavra Perder é que ela comporta significados diferentes. Na minha poesia, por exemplo, eu utilizo "perder-se entre uma respiração e outra; perder meus pedaços como num quebra cabeças para que tenha sentido a tua vinda."
Não há nada de mal em estar perdido: que seja numa cidade, que seja entre saldo do banco, que seja perdidamente apaixonado.
Não há nada de mais em perder a trilha, porque quando você vê que está perdido, já está "meio achado", pois ali existe a consciência do seu estado.
Espaço onde entra a esperança do reencontro: nas esquinas, nos cálculos, nos planos, num abraço demorado. Não há nada de mal estar perdido, porque se perder significa também simplicidade, aceitação dos seus limites, entrega, expiração.
E até que você esteja completamente perdido, não terá a esperança de se encontrar por inteiro.
"Until we lose ourselves there is no hope of finding ourselves" Henry Miller
(texto: darsana diário de 17 de julho / foto: Train Ferry em Atlanta)
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