POESIA & INSIGHTS
"A poesia não é minha. É como o vento, que só passa através de mim." Chico Xavier

terça-feira, 7 de abril de 2009

Doeu





Acordei com a pele do rosto marcada pelo livro. Dormi com o ipod ligado na altura máxima. Interessante isso.

Lembro de ter cantado meus mantras, e assinado minhas rezas. Mas não lembro do livro. Enfim.

Lembro de ter contado as horas, trocado as horas, deixado as horas... A mistura de sonho com realidade, da criação com relativo, da ilusão com tudo aquilo que foi dito.

A razão, a contestação, acordaram junto comigo. Minha cabeça dói, estou com dor nas costas. Uma enchente de sentimentos, como se eu tivesse corrido uma maratona dormindo. Ah, já sei, foram as malditas dúvidas que queriam respostas a noite toda, e não me deixaram dormir. Foi isso.

Uma confusão de querer, de exagerar, de se culpar, de jogar ou não jogar. Um troca troca de música, uma vontade de comer e não ter o quê.

Enquanto os anjos dormiam, o inferno fazia festa... e agora olhando pra essa tela, negra, simples, branda e bela, cada forma sem regra nasce de repente, sem pedir licença.

Meus pés, não sei onde os coloco. Ainda tenho que me vestir. Minha boca ainda está seca, do que eu quero beber, não foi posto à venda. Fácil ou difícil, mais uma questão, mais uma dor. Onde foram parar minhas certezas?

Putz, que dor de cabeça.


(foto: highway entre Naples e Miami, 2008)

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