segunda-feira, 13 de abril de 2009
Don Juan de Mário
Deve ser uma merda ser Don Juan. Concordo com o Mário.
Existe uma fórmula, pré estabelecida. Pra mim, pra lá de vencida. Você percebe quais são as falhas no sistema masculino do mundo moderno (ocidente) e vasculha o que funcionou no cinema e também no oriente. Pega tudo aquilo que no passado dava resultado. É só lembrar do que os bons e concorridos homens faziam (naturalmente, e não como chamarisco) há uns 20 anos atrás, e lembrar do efeito que surtia, nas nossas mães a avós. Pronto. Parece dia de show no Maracanã.
Ou talvez nem seja necessária a viagem no tempo. Basta ser misterioso e ser elegante. Sua voz deve ser empostada, suas roupas nada sofisticadas, mas impecáveis ao mesmo tempo, bem boladas e apertadas...
Basta você falar pra nação, e não somente para um cidadão. Assim, o império das meias palavras reina, e toda fala fica eterna, pra quem quer que tenha coragem (e falta de oportunidades) se sentir.... oh, apaixonada.
Mas Don Juan não joga! Afinal ele é diferente de todo mundo... ele é único. Ahhh (suspiros).
Ele manipula a ele mesmo e nem sabe disso. Tira onda de pode sim fazer tudo aquilo que seu ex marido ou seu outro namoradinho não fez por você. E de repente Don Juan (ele é bom!) precisa ser verdadeiro e deixar você em paz, porque ele ainda não se encontrou completamente.
E nem ouse ficar sem falar com Don Juan! Se o fizer, que chato pra você, ressentida, magoada, frustrada. Acordada.
Mas é isso, ou pior.
Nas minhas aulas de Vedanta fico olhando para as senhorinhas. Algumas, ali há bastante tempo. Sem aliança no dedo. Quantos Don Juans disfarçados, velhinhos, não as empurraram para o universo das respostas? Bem, aqui estou eu, pois a questão que tenho é: porque as mulheres buscam o que ninguém tem pra dar - naturalmente? Isso é hibridismo no mais literal uso da palavra criada em 2001 por intelectuais nascidos em Sourbourne? Ou seja, água demais na cabeça? Sei que Marta Medeiros já entrou nessa conversa diversas vezes. E a admiro porque ela sempre tem uma nova teoria. Quanta criatividade... e a gente segue perguntando!
Mas Don Juan, veja bem. Sai dessa. Provavelmente nem você saiba que hoje o amor ficou brega, que mulheres têm mais músculos que homens, que romantismo, já era. Você deveria sinceramente pensar em se aposentar. Mário, por exemplo, Quintana, há tempos já dizia que você estava ficando pra trás: "Mas que monótona deveria ter sido a vida de Don Juan! Ele pensava que todas as mulheres eram iguais!"
Don Juan - hoje nós pensamos. Hoje algumas de nós são inteligentes demais, o que dificulta seu ataque e estimula sua fuga. E a gente fala, e escreve. Provavelmente todas as suas conquistas e desapegos tão, assim, sinceros, germinaram em monstras que não se calam. Me desculpa Don Juan minha verdade.
Não ache que é pessoal. É só sinceridade.
(foto: Don Juan disfarçado de cachorro abandonado em Santa Teresa, só pra ganhar carinho das mulheres...)
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3 comentários:
Hehehehe, esse blog ainda vai dar num livro! Quero escrever o prefácio... Beijosssssssss
Exatamente! Que venham Don Juans sarados inspirar minha cabecinha híbrida, e depois me abandonar na saída, me deixando eu + minha rima. hehehehe
Esse Don Juan serviu pra estimular o Vishuda! Muito criativo esse texto. Millaaauuumm.
Adoreei tudo e mais ainda o Mario!
beijoca no Anahata,
Mari
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